A IGREJA EM ESMIRNA E A GRANDE PERSEGUIÇÃO

Não temos como saber como a igreja em Esmirna começou; mas com toda a certeza, ela foi estabelecida por Paulo durante o seu ministério em Éfeso (At 19:10). Esta igreja permaneceu fiel durante muitos anos em meio a perseguição. Esmirna era sólida na doutrina, forte na fé e tinha uma espiritualidade saudável. Não havia nada nessa igreja que precisasse ser corrigido. O propósito singular da carta de Cristo à igreja em Esmirna era encorajar seu povo a permanecer fiel até a morte. Nesta carta Cristo prepara com sabedoria o seu povo para as provações.
Um exemplo das provações e perseguições da igreja em Esmirna pode ser visto no martírio de seu líder, Policarpo. Policarpo era um discípulo do apóstolo João. Ele foi um fiel servo de Deus por muitos anos, até que ele foi queimado vivo no ano de 155 dC.

Os seus perseguidores exigiram que ele confesse que "César é o Senhor", mas ele se recusou. Eles lhe prometeram a liberdade se ele negasse a Cristo. Mas o velho cristão disse: "Oitenta e seis anos eu o servi, e ele nunca me causou ferimentos: como então eu posso blasfemar meu Rei e meu Salvador?" Policarpo, o fiel cristão da igreja em Esmirna, foi queimado na estaca, porque ele se recusou a negar Cristo. Ele foi fiel até a morte. Esta breve descrição do martírio de Policarpo é apenas uma das muitas que poderiam ser dadas. Ela nos mostra as condições do julgamento extremo que o povo de Deus teve que suportar nos dois primeiros séculos da história da igreja.
Lembre-se, esta carta foi dirigida particularmente à igreja em Esmirna. Mas a sua mensagem serve para nós hoje. Embora já não tenhamos que temer as perseguições da igreja de Deus nos dias passados, porque Deus providencialmente impede os poderes dos homens perversos, mas ainda é verdade que "todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições" (2 Tm 3:12). Se seguimos a Cristo e buscarmos viver neste mundo para a glória de Cristo, sofreremos abusos nas mãos dos inimigos de Cristo. Nosso Salvador nos disse claramente: "No mundo tereis aflições" (Jo 16:13).
Nesta carta, nosso Senhor mostra quatro coisas para consolar e encorajar sua igreja no meio das tribulações.

1 - Cristo se revela como o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu (v 8).
2 - Nosso Salvador nos assegura o seu constante cuidado (v. 9).
3 - O Senhor gentilmente acalma nossos medos (v. 10).
4 - O Senhor Jesus Cristo nos encoraja a perseverar (v. 11).



À medida que a carta se abre, imediatamente Cristo revela quem ele é (v. 8)

Em Esmirna havia muitas ovelhas inofensivas no meio dos lobos. A igreja ali era objeto de calúnia, censura e perseguição maliciosa. Seus problemas eram muitos.
O povo de Deus em Esmirna corria o risco de ser dissipado, o que sempre leva ao desânimo, se não ao desespero.

Não há maior cura para os corações desanimados se não o conhecimento da redenção de Cristo. A cruz de Cristo é como a árvore que Moisés lançou nas águas amargas de Mara.

Se apoie na abençoada doutrina do evangelho da expiação e isso tornará os seus amargos problemas em nada. Sempre que você procurar algo para confortar seu coração, volte-se para Cristo, reavive sua alma e faça seu espírito exultar com alegria, medite sobre esse fato:
O Senhor Jesus Cristo ressuscitou! Cristo morreu para nos salvar. E ele vive para sempre (Rm 5:10). 


Nosso Salvador nos assegura o seu constante cuidado (v. 9)

"Conheço a tua tribulação" Este é o legado do nosso Senhor para a sua igreja. Ele nos disse claramente que devemos abraçar as tribulações (At 14:22). Para o povo de Deus, este mundo é um lugar de tristeza. Os crentes são soldados em um território hostil. A conversão é o início do conflito. Adorar a Cristo é entrar em guerra com este mundo. Ninguém pode seguir a Cristo sem pagar um alto preço. Nestes primeiros dias do cristianismo, os crentes sofreram banimento, prisão, morte e muitos foram crucificados. Naqueles dias, o conflito era sutil, e horrível. Se você e eu seguirmos Cristo, teremos que ir contra o mundo em todos os momentos. É a confissão de Cristo que causa o conflito. Se eu não confesso Cristo, não terei conflito. Mas essa falta de confissão será uma prova de que eu realmente não conheço Cristo (Mt 10:32-34).


O Senhor gentilmente acalma nossos medos (v. 10)

Mais uma vez, lembro-lhe que, enquanto vivermos neste mundo, temos que sofrer. E nosso Senhor aqui claramente nos adverte que nos últimos dias a nossa tristeza aumentará.

Em particular, ele está falando sobre o mal que devemos sofrer nas mãos dos homens perversos, que, inconscientemente, são usados pelo próprio Satanás. No entanto, nosso Salvador abençoado nos diz: "Nada temas das coisas que hás de sofrer."

No meio de nossas provações e tribulações nesta terra Cristo pede que olhemos para ele, pois Ele nos assegura o seu cuidado constante. Cristo acalma os nossos medos.

O Senhor Jesus Cristo nos encoraja a perseverar (v. 11)

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte." Aqui está uma promessa final para aqueles que perseveram até o fim, para aqueles que são vencedores em Cristo.

Soli Deo Gloria

Fábio Falcão

dezembro, 2017

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