A IGREJA EM ÉFESO E AS BOAS OBRAS



Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos (Ap 2:2)

Nos capítulos dois e três de Apocalipse, temos sete cartas que o Senhor Jesus falou ao apóstolo João, que foi enviada aos presbíteros das sete igrejas na Ásia. As cartas foram enviadas para cada igreja cristã específica nas cidades de: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

Todas elas eram igrejas cristãs literais na era apostólica. No entanto, essas sete igrejas representam todas as igrejas de Cristo neste mundo ao longo do tempo. Elas representam todas as igrejas do Novo Testamento. As sete igrejas da Ásia representam sete períodos diferentes da história da igreja, e as várias condições das igrejas cristãs em qualquer período da história.

Nestes dois capítulos, nosso Senhor repete esta advertência sete vezes. - "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas." Esta admoestação é dada para despertar os cristãos para a vontade de Deus.

Primeiro, aqui esta um fato que nunca devemos esquecer. Nosso Senhor Jesus Cristo diz a igreja em Éfeso: "Conheço as tuas obras". Ele faz esta declaração sete vezes (2:2,9,13,19;3:1,8,15). Ele diz a todas as igrejas, ao verdadeiro crente e aos falsos crentes: "Conheço as tuas obras". Ele não diz: "Conheço os teus sentimentos", ou "Eu conheço os seus desejos ou conheço sua profissão de fé". Ele diz: "Conheço as tuas obras."
As obras dos filhos de Deus são importantes. Nossas obras não têm mérito diante de Deus. Nossas obras nunca podem expiar nossos pecados. As obras não podem nos salvar, justificar-nos, santificar-nos ou nos dar qualquer honra e recompensa no céu. Qualquer um que esteja familiarizado com os ensinamentos da Bíblia sabem que a salvação de Deus em Cristo é somente pela graça. Todos os que conhecem a Bíblia sabem que a posição do crente diante de Deus é uma questão da graça livre e soberana! Não ganhamos nada de Deus por nossas obras, exceto a ira dele.
Mas, se você acha que as boas obras são insignificantes, inúteis e sem valor porque não são meritórias, receio que seu cristianismo seja apenas uma farsa, um show, uma pretensão.

A graça sempre produz boas obras (Ef 2:8-10). Todos os verdadeiros crentes caminham em boas obras para a glória de Deus. Não há tal coisa como alguém salvo pela graça que não viva em obediência voluntária, e submissa a Cristo como seu Senhor. Nossa obediência e obras estão longe de ser perfeitas. Em si mesmas, elas são apenas trapos imundos (Is 64:6), sem nenhum mérito diante de Deus. No entanto, os filhos de Deus regenerados praticam boas obras. Como filhos de Deus precisamos andar no Espírito (Rm 8:5-10).

Todos os que são salvos pela graça de Deus, e creem no Senhor Jesus Cristo, realizam boas obras a partir de um princípio de graça interior. O apóstolo Tiago nos diz, mais claramente, que "a fé sem obras é morta" (Tg 2:14-26). As boas obras são aquelas que dão testemunho aos outros de que nossa fé é real. Nosso Senhor diz: "Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto" (Lc 6:44). Abraão acreditava em Deus; e ele provou isso a todos que o conheceram por suas obras de obediência em relação a Deus quando ofereceu Isaque no Moriá (Gn 12-22). Raabe acreditava em Deus; e ela provou isso quando escondeu os espias.

Deus ordenou que todos os que são salvos pela sua graça caminhem em boas obras pela honra do Seu nome (Ef 2:8-10).

Aqueles que professam crer em Cristo, mas por suas obras negam esse fato, ele não é filho de Deus. Esta não é uma questão discutível. Os verdadeiros crentes glorificam Deus diante dos homens por suas boas obras. "A fé opera pelo amor" (Gl 5:6). A fé é sempre funcional, não pela lei, mas pelo amor!

À luz desses fatos, que todos os que professam fé no Senhor Jesus Cristo ouçam as palavras de Cristo - "Conheço as tuas obras."

Acredito que para o cristão genuíno, essas palavras estão cheias de conforto e alegria: “Conheço as tuas obras.” Que prazer! Nosso querido Salvador não olha nossas próprias obras, mas sim o motivo por trás delas. Ele olha para o nosso coração e vê por que fazemos as coisas que fazemos. E ele está satisfeito com os nossos esforços mais fracos e sinceros. Cristo pelo seu mérito e pelo seu sangue e justiça, faz das nossas obras um doce sacrifício a Deus, aceitável e agradável aos seus olhos (1 Pd 2:5).
Imaginem isso, Deus está satisfeito com o seu povo por causa do seu Filho!



Soli Deo Gloria

Fábio Falcão

dezembro, 2017

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